Políticas Públicas de Juventude
O tema juventude ganhou visibilidade nos últimos 15 anos no Brasil ocupando a pauta em diversos espaços como meios de comunicação, universidades e nos discursos políticos. Uma das razões é o aumento do número de jovens no País. Hoje existem cerca de 50,5 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos no Brasil, representando quase 30% da população. Num rápido comparativo, a população total da Argentina é estimada em de 40 milhões e da Venezuela em 26 milhões.
Para além do motivo da numerosa quantidade de jovens, constatou-se que o jovem é um fator determinante na estratégia de desenvolvimento da sociedade, pois detém enorme potencial modificador da realidade. Entretanto, não havendo investimento, o jovem acaba sendo elemento limitador do desenvolvimento. Junto a isso, reconheceu-se que a juventude constitui um dos grupos mais afetados pelas desigualdades e que há historicamente um déficit de políticas que garantam direitos e oportunidades para juventude.
Reconhecendo esse cenário, em 2003, o Governo Federal criou o Grupo Interministerial da Juventude, formado por 19 Ministérios, sob a coordenação da Secretaria-Geral da Presidência da República, para identificar caminhos na formulação da política nacional de juventude. Em 2005, vieram as primeiras ações: criação da Secretaria Nacional de Juventude, do Conselho Nacional de Juventude e do ProJovem.
Além de valorizar os primeiros passos dados pelo Governo Federal é muito importante nesse momento histórico dar capilaridade e se criar grande um movimento para que os municípios instalem suas secretarias ou coordenadorias de Juventude juntamente com órgãos de controle social responsáveis, organizados em conselhos pelos próprios jovens para construção de políticas públicas de juventude.
E para isso é muito importante reconhecer a existência das várias juventudes, buscando enfoques múltiplos e diferenciados para cada uma delas, aproveitando o potencial solidário, produtivo, cooperativo e mercadológico de cada organização ou tribo jovem existente. Em qualquer cidade existem as juventudes católica, evangélica, espírita, as “galeras” do futebol, do skate, da “malhação”, da capoeira, do judô, do jiu-jitsu, hip-hop, os movimentos das juventudes partidárias e estudantis.
A convocação nesse momento é que formemos grupos nas nossas cidades para discutir com todos os jovens, inclusive os diferentes de nós, das diversas tribos, propostas e ações práticas para o nosso presente e nosso futuro, construindo projetos de saúde, de trabalho e emprego, de cultura, de esporte, de inclusão digital para a juventude da nossa cidade.
Muitos atribuem aos jovens a culpa pelas suas próprias mazelas e defendem que o problema é que a juventude é acomodada e passiva. Pensam que as chances para melhorar de vida estão aí para todos e só não as aproveita quem não quer.
Nós pensamos diferente, pois vemos na atual condição juvenil uma situação grave de violação de direitos: a questão não está na falta de interesse dos jovens. O que falta são oportunidades para que eles desenvolvam seu potencial e enxergar o jovem é um fator estratégico para o desenvolvimento de nossa sociedade. É a partir desse enfoque que devemos construir as políticas públicas de juventude.
Cabe a nós, jovens, dialogar e pressionar os governos, seja a Prefeitura, o Governo Estadual e Federal para implementar políticas públicas efetivas para juventude. Portanto vamos nos organizar e construir propostas de políticas públicas de juventude nas nossas cidades buscando propiciar a cidadania plena para nossa juventude.
JS PDT Ceará